Empresas & Indústrias

Aumento do preço do leite sinaliza recuperação para produtores e indústrias

Segundo o Sindilat/RS, aumento ao consumidor estava represado e já é repassado aos produtores, o que deve minimizar os prejuízos causados pela última seca e o alto custo na produção.

Se o aumento do preço do leite nas prateleiras dos supermercados pesa no bolso dos consumidores, para as indústrias e produtores é um sinal de recuperação financeira.

Conforme os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea, o preço do leite captado e pago aos produtores registrou a quinta alta mensal consecutiva de 5,3% no mês de junho, sendo repassado R$2,60 por litro ao produtor.

O aumento dos preços está relacionado a diferentes fatores, entre eles a menor produção.

Segundo o IBGE, o volume do leite cru industrializado pelos laticínios brasileiros diminuiu 10,3% no primeiro semestre desse ano.

Essa diminuição está ligada a queda na produção nas bacias leiteiras, que sofreram com as consequências da seca no último verão e também o aumento nos custos de produção.

O Cepea aponta que o Custo Operacional Efetivo da atividade leiteira elevou 56% nos últimos três anos.

“Diante desse cenário, muitos pecuaristas enxugaram investimentos ou saíram da atividade. Para assegurar alguma rentabilidade, produtores também recorreram ao abate de animais, atraídos pelos elevados preços da arroba”, analisa o centro de estudos.

Dados preliminares do IBGE apontam que o número de vacas e novilhas abatidas no primeiro trimestre de 2022 aumentou 11,4% e 17,2%, em relação ao mesmo período do ano passado.

Recuperação de margens

O secretário Executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados – Sindilat/RS, Darlan Palharini, explica que o aumento é uma recuperação de margens.

“Tanto para as empresas como para os produtores, esse aumento tem sido uma forma de recuperar os prejuízos nas atividades e já foi repassado aos produtores”, observa.

Além do leite longa vida, o aumento dos preços também pode ser observado nos seus derivados, como o queijo.

Darlan lembra que produtos como o leite condensado e iogurte já sofreram com reajustes no ano passado e durante esse ano, por isso acabaram encarecendo nas prateleiras.

“O único produto efetivamente que não havia sofrido reajuste de preço e que estava com seus custos de produção bastante altos, com uma diminuição da produção foi o leite de caixinha e o queijo mussarela”, detalha.

Consumo não deve diminuir

A expectativa do setor é que os preços sigam altos nos próximos meses.

A preocupação com os consumidores é quanto o seu poder de compra. Segundo o Sindilat, ainda não há uma queda no consumo de leite.

“Mesmo que o preço esteja mais elevado, são produtos essenciais para a alimentação, qualquer outro produto que substitua vai ser mais caro e não vai atender todas as necessidades nutricionais que o leite atende na dieta alimentar”, observa o secretário Executivo.

Para o sindicato, os auxílios sociais destinados pelo governo a população de baixa renda também auxiliam para que os produtos essenciais sejam consumidos.

“Talvez as pessoas com renda maior nem sintam esse aumento, mas para quem tem um salário mínimo pode pesar”, pontuou.

 

Fonte: Diário da Manhã

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